domingo, 23 de setembro de 2012

Poder

Encaro vosso olhar
Estou a cantar
Aconchegar nossos corações
Nesses tempos de guerra

Não temo falar de paz
Ou amor
Não temo dizer verdades
Ou desmascarar autoridades

É a pura expressão do meu ser
Lutando por meu ver
Para estar em tempos melhores

Quanta audácia tens
Em dominar um povo
Em cuidar de falsos bens

Quanta tristeza tens
O espelho de seus atos
Expresso nas diversas lágrimas
Não existem táticas
Quando se fala da falta de amor

Por qual caminho segues?
Ainda espere que a felicidade chegue?
Não negue a si a vida
Não espere que o tempo cure sua ferida

Sem mais palavras
Sem mais promessas
Não precisamos dessas ideias
Só do seu amor

Por onde se perdeu?
Grande criança,
Quem te machucou?
Por que ninguém te mostrou?
Queremos cuidar de você

Ajudaremos seu ser
Seu ver
Estar, ganhar e perder
Descobriremos o que é viver
Seremos o que fomos e tivemos
Esperaremos você crescer

Derramor II

Perco palavras
Pensamentos
Estradas
Tento me encontrar

Não quero saídas
Escapadas
Mensagens não lidas
Experiências não vividas

Procuro entradas
Brechas
Passagens secretas
Como te conquistar?

Atravessar muralhas
Fortalezas
Acabo quebrando certezas
Não estou ilesa
Também sou presa
E deixo-me levar

Estou tentando aprender
Não é fácil entender
O que tenho que viver

Derramor

Há uma luz
Que me guia
E com meus pés nus
Passos dou

Há uma luz
Que se acanha
Com tamanho amor

Há uma luz
Que se perde
Não sabe o que fazer
O que deve-se ser?

Sentimento incerto
Confuso
E em mim desperto
Algo que nunca senti

Há uma luz
Que com outra luz
Encontrou-se
E doa-se sem razão

Infeliz coração
Frágil e alado
Foi-se e não sabe voltar
Busca desesperado
Saber como amar

A Vida das Estátuas

As estátuas falam
Elas querem falar
Não respeitam a inércia de seu fato
De não poder falar

As estátuas choram
Elas podem chorar
Quando de nossos olhos a lágrima cair

As estátuas riem
Como se do riso elas surgissem
E do encontro dos olhares vissem
Como um espelho do seu olhar em nosso olhar

Que intenso destino levam
De vida e morte
Beleza e sorte
Sonhos com pernas
E o sonhar

Perdem identidade
São arte
Parte do nosso e seu ser a se misturar

Torta hospedagem
Miragem
Na linguagem do olhar