A vida se faz e desfaz em fatos, sejam eles reais ou imaginários, rodeando pensamentos, perguntas, respostas... Encadeando lembranças e sentimentos. A cada um deles se atribui tal importância e poder de transformação.
Entre encontros e desencontros, marco em mim por já marcar nele, nossa união de alma e intimidade aconchegante; nossa simples troca que reside em mim, talvez desde sempre ou desde o momento em que me perdi completamente em seu fundo branco e livre; pronto para ser meu.
Sei que venho de um lugar distante e aqui estou para aprender, mas a chegada nesse planeta me foi muito estranha. Assim me acanhei, procurando primeiro me entender para depois desvendar o mundo. E nesses tempos de solidão, a confusão reinou. E dentro de mim, senti o vazio.
Não sei se existe destino ou coisas simplesmente acontecem, mas presumo que tudo tenha uma razão. De um ordinário trabalho qualquer, encontrei a chave para abrir a porta de meu conto de fadas secreto; o barco pirata para ir em busca do tesouro perdido; o chão de meu "eu alado".
Nos preenchemos com palavras e percebi meu caminho traçado com ele. Já que na noite só se há sentido quando a preenchemos com estrelas. De nossa história fazemos estória. De nosso sentimento fazemos arte. E pulsamos a cada letra escrita. Existimos um no outro. A eternidade construímos em cada frase e nosso frutos deixam rastros, mesmo que não exuberantes; mesmo que ainda pequenos e desconhecidos.
Os acasos acontecem e por eles podemos fazer o que queremos. Deles podemos achar um pedacinho da vida. Tão essencial para montar nosso quebra-cabeça. E simples assim, de pedacinho a pedacinho. De lágrimas a sorrisos. De pessoas às pessoas. Nossas crianças crescem e, sem nunca desaparecer, fazem quem somos.
O ato de escrever, o encontro com o papel e a liberdade que vive nele, me mostrou um caminho encantador e a ele sei que pertenço.