domingo, 1 de maio de 2011

Anseio


Em um dado momento da memória
Recordo-me nossa glória
Tento retirar os espinhos
Que cravados foram em nossos peitos

Quero a linha que liga os pontos
Afinal
São minhas histórias agregando os tontos desejos
Alastrando os milagres
Onde peço que traga tudo de volta

Mudo em preço o receio dos erros
Alheio a tantas subidas
Que minhas pernas os morros cansam
Trazendo-me batidas indesejáveis

Enquanto amáveis foram os decorridos
Reduzo o presente em fases
Levando as idades adolescendo
As minhas crentes certezas
De que ainda sei viver 

Sinta-me


Deixa-me te guiar
Deixa-me doar o pouco de mim
Até que a última música pare
E tudo se vá ao vento                    

Permita o vermelho
Derramar em teu corpo
A minha melodia
Que tuas notas
Escrevam o nosso destino
Enquanto as estrelas brilham luz

Sonho teus medos
Meus pesadelos
Desmanchando o herói

São tão fortes
Intensos
Submete-me a vida
Procuro-me
Perco-me ao tempo

Admito que teus segredos cantam
E tua voz sussurra eternidade
Abraço tuas formas de viver
E sigo-te em emoções

Não parta
Os pedidos da felicidade
Cole
Os meus pedaços
E deixe-me criar o fim

"Invictus"


por William Ernest Henley

Out of the night that covers me
Black as the pit from pole to pole
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.      

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed. 

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.   

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate
I am the captain of my soul. 

    
   (tradução)

Noite à fora que me cobre
Negra como um breu de ponta a ponta,
Eu agradeço, a quem forem os deuses
Por minha alma incansável.
Nas cruéis garras da circunstância
Eu não fiz cara feia ou sequer gritei.
Sob as pauladas da sorte
Minha cabeça está sangrenta, mas não rebaixada.                   
Além deste lugar de raiva e lágrimas
É iminente o horror da escuridão,
E ainda o avançar dos anos
Encontra, e me encontrará, sem medo.
Não importa o quão estreito seja o portão,
O quão carregado com castigos esteja o pergaminho,
Eu sou o mestre de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma.


Em pós bomba


A última folha seca cai sobre o gramado repleto delas. A nua árvore exibe com mais clareza sua casca. Perfurando o couro, chegando às veias, aonde meu sujo sangue corre, fugindo de mim mesmo. Lembro-me como se fosse agora.  Era apenas uma tecla. Mas foi o suficiente para algo entrar, sem bater, entre duas janelas. Janelas que um dia receberam de braços abertos, o ar puro. Porém, agora, estão trancadas. Os cadeados feitos de sangue escorrem entre minhas mãos. Era só eu ter dito não. Seria mais patriota que ser condenado fraco por uma nação que borra seu nome com pétalas da preta flor. Dádivas que choram inúmeras lágrimas. Lágrimas que também escorrem em mim. Eu me arrependo. E grito ao mundo, se quiser. Mas sei que não quer. Pois eu matei corações e ainda mato. Eu esfaqueei laços do corpo e alma. E se essa for a verdadeira verdade, que ela amarre junto a minh’alma, minhas eternas desculpas. E que essa minha ferida exposta, profunda, aguente as imagens e suporte a dor. Eu admito minha frieza e o meu erro. E entrego a ti, vida, meu corpo como uma mísera recompensa de meus atos.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Desculpa não estar mais postando. Mas, talvez, em meu silêncio de palavras, eu consiga transmitir algo também. Espero ter mais poesias para postar, pois, por enquanto, elas dormem em um sono profundo e inspirador. A magia da esperança.