terça-feira, 27 de abril de 2010

O mundo por um copo de plástico

Abri meus olhos para realidade
Mas não quero feri-los

A poeira passa como vento
Não consegue chegar a eles
Pois vemos o mundo por um copo de plástico

Por mais que tentemos
Não adianta
A cor transparente do copo sempre omite algo

O copo colado em nossos olhos
Pode ser retirado
Mas nós, os medrosos, não queremos
Somos obrigados a não tirar
E quando algo ocorre e finalmente o copo cai
Por nós ou pela simples vida
Somos malucos
Somos doentes
Somos diferentes

Nos obrigam a recolocar o copo
E lá partimos do começo
Mas não no mesmo
Depois de tudo
Temos outra visão
Podemos parecer normal
Comum
Mas aqui dentro o pássaro ainda quer sair
Mas com o copo ele não irá conseguir
É preciso sentir
Não adianta apenas ele voar e explicar

Apenas queriamos que os copos de plástico caissem
Apenas que a verdade fosse dita
Caos
É isso que queremos
Um enorme caos
Pois só assim para recomeçar
Se não os copos de plásticos continuarão lá
Naturalmente omitindo a verdade
E transformando tudo normal

Agora lhe pergunto.
O que prefere?
Enxegar a loucura
Mas enxegar
Ou sentir o frio do normal
E chorar sem saber o porquê?

Cuidado,
Estamos vendo o mundo por um copo de plástico

Para em fim não acordar

Falo tudo
Falo o que devo falar
Indicado por mim mesmo
É claro

Mas me perco
Perco na construção da nação
E assim não incentivam
Abandonam tudo e vão

Sou maluco, esqueceu?
Sou pequeno
Pedra em chuva
Nuvens escuras no escuro
Invisível nas cores vibrantes
Nas mortas
Sou um nada, esqueceu?
E assim só posso fazer nada

Desculpe-me se te desapontei
Desculpe-me se errei
Mas continuo sendo o que sou
E isso não muda

Não se iluda em um bom fim
Pois não terá
Está tudo perdido
E agora vou me deitar
Em minhas conclusões
Em meus receios do além
Em minha vida do nada
Durmo
Apenas durmo para em fim não acordar

Eu apenas e você

Sei o que pensa
Sei o que pensará
Mas te digo a verdade
Do que você acreditar

Sou nada
Sou ninguém
Um vazio
O branco, o preto
Eu sozinho além
Além do passado
Antes do presente
Muito longe do futuro
Atrás
Atrás de todos
Meu bem
Se quiseres me acompanhar nessa jornada
Deve apenas esperar
Pois daqui a uns mil anos
Eu chegarei aonde você está

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Nada

Luz,
Consuma-me em teus raios
Destrua meu interior
E me leve para ti

Faça-me de fumaça
Em um simples "puf" da vida

Sorria quando eu sumir
Libere aquela risada maligna
E acredite que o mundo será melhor

Confunda-se em minha palavras
Não entenda nada
Pois não há nada para entender
Apenas para absorver
Eu.

Pensamentos

Não nos deixam criar
Sensibilizada já sou
Mas preciso do tempo
Não posso o perder ainda mais

Esse um segundo pode não servir para nada
Esse um segundo pode mundar o mundo
Esse um segundo

Não podemos interferir no passado
Mas não destrua meu futuro

Continue assim todos os dias
E esqueça o que é viver
Desprenda-se do sofrer
E se perca nas palavras
Nas simples palavras que tens que escrever
Pois se acostumou com aquilo
Se apegou a isso

Agora perdido em pensamentos
Deslize
Mire e acerte
Soletre o próximo passo

É isso que sei fazer
É disso que vivo
É disso que vou viver

*Ass: LH*

terça-feira, 6 de abril de 2010

Os mesmos diferentes

Somos plásticos furados
Feitos de uma mesma fábrica

Somos árvores da vida
Nascidas em um mesmo jardim

Somos concreto
Do mesmo cimento

Sapatos rasgados
Com furos no mesmo lugar

Os mesmos
Apenas os mesmos
Pelas ruas aonde andar

Caras vazias em rios escuros
Sujas
Mas puras
Se você conseguir enxergar

*Ass: LH*

domingo, 4 de abril de 2010

Mais um...

Era uma tarde tranquila, uma primavera colorida. A menina de cabelos longos e escuros perguntou ao seu pai que naquele dia, em especial, passaria o dia todo com ela:
- Pai, sabe o que é viver?
O pai, preocupado com a reunião do dia seguinte, respondeu sem muita atenção:
- É respirar. Realizar sonhos. Ou melhor sentir.
E a menina ainda não satisfeita, continua perguntando:
- E o que é sentir?
O homem de quarenta anos fez uma pausa para pensar. E finalmente respondeu:
- Sentir é quando você toca em algo ou quando alguém te toca.
A menina se levantou do banco de pedra do parque e indignada disse:
- O que tens no coração? Como consegue definir tão futilmente o que é sentir?
O pai abismado com o vocabulário da filha rebate o debate:
- Como ousas falar assim? Apenas li o que está escrito no seu livro.
A menina ainda nervosa continua:
- Por isso mesmo. Tu es tão insensível que repete antes de pensar.

Ass: LH

Flores do Meu Jardim


Flores do meu jardim
Como ontem, me levem a outro mundo
Aquele que vocês me mostraram a beleza das cores

Flores
Flores do meu jardim
Sorriam quando eu chorar

Ensinem-me o que é viver
Mostrem-me no toque o que é sentir
Abram meus poros do conhecimento
E espalhem esse sentimento

Contagiem todos com sua pureza
Façam-me respirar os ares do amar

Flores do meu jardim
Sendo minhas
Obrigo-me a lhes oferecer atenção
E as obrigo-as receberem essa sensação

Sei que já são grandes a ponto de voar
E deixar o ninho
Mas peço que fiquem
Peço que como todos os dias
Continuem lindas
Enchendo-me de orgulho, filhas

Ass: LH

Aquele Caminho

Sabe aquele caminho?
Aonde os passáros cantam
Aonde a grama é verde
E a paisagem é linda?


Sabe aquele caminho?
Aonde a floresta ao lado sussurra
E a brisa leve tranforma tudo em mágica?

Aquele caminho que ninguém sabe o fim
Mas não consegue esquecer o começo


Aquele caminho
Aonde o perigo é apenas um desafio
E a vida vive a cada passo


Aquele caminho
Aonde será meu novo caminho
Aquele é o que vou seguir ...


Ass: LH

sábado, 3 de abril de 2010

Eu

Não me prendo ao que sou
Nem ao que vou ser
Simplesmente pego as pontas do passado
Para construir o futuro
E viver o presente

Dou cada dia um passo
E assim sigo meu caminho
Um caminho totalmente desconhecido
Um destino inesperado
Aonde há trilhas e obstáculos
Longos e curtos
No qual posso cair de cabeça
Sem querer ou por razão
Mas o que me espera
É o que vou ser
Não temo o que pode vir
Mas sonho na viagem que devo seguir

Ass: LH